Carla Dias

Nasci em Santo André, no ABC Paulista.

Escrever me aconteceu com o aprender a escrever. Eu gostava das rimas das canções que escutava no rádio da minha avó e não demorei a criar as minhas. A poesia foi o início do meu mergulho na escrita. Também se acomodou na minha prosa.

O apreço pela música veio de um desde sempre. No entanto, foi aos quinze anos de idade que ela entrou de vez na minha vida. Decidi aprender a tocar um instrumento e fui me matricular em uma escola. Escolhi o teclado e saí de lá aluna de bateria, depois de o professor abrir a porta da sala de aula e o som dela invadir a secretaria.

O ritmo sempre fez parte de mim. Começou na escrita e me alcançou na música.

Antes de a escrita assumir um papel mais amplo na minha história (até então, eu me considerava alguém que escrevia, não escritora), veio o trabalho com a música. Fui professora de bateria na minha cidade, participei de bandas e conheci pessoas que me fizeram desejar continuar nesse espaço de criatividade e som.

Participei de concursos literários, fui classificada em alguns. No final dos anos 1990, a música patrocinou a minha decisão de entender se eu era escritora ou continuava alguém que escrevia. Eu trabalhava em uma escola de bateria e produtora de eventos, da baterista Vera Figueiredo. Vendi a bateria e banquei meu primeiro livro. Minha história com o IBVF Brasil se estendeu por quase trinta anos. Foi lá que aprendi mais sobre o instrumento, me tornei produtora de eventos - fui diretora de produção de quinze edições do Batuka! Brasil -, conheci pessoas incríveis e inspiradoras e misturei, sem volta, a literatura com a música.

Com a pandemia, a produção de eventos deixou de ser uma opção e me voltei à literatura. Sempre fui atuante para criar projetos, ajudar escritores amigos a seguirem seus caminhos. Comecei a dar aulas de criação literária de ficção e vieram outros trabalhos: mentoria literária, organização de obras, assessoria para elaboração de material de apresentação de projetos culturais e para publicação em redes sociais e, claro, o Liberte um personagem. Sou uma escritora que tem nos personagens o ponto de partida para suas histórias.

A música, além de ser trilha sonora para a minha literatura e, vez em quando, personagem dela, continua em mim em eventuais trabalhos como produtora cultural, mas também com a OsQuatro, banda da qual sou integrante.

Em 2022, Whisner Fraga, amigo e um dos meus escritores preferidos, me propôs uma aventura que aceitei e tocamos juntos, a Editora Sinete.

O primeiro livro ganhou corpo em 1997. De lá para cá, são 8 publicações, participações em antologias e mais algumas engavetadas em diretórios.