A proposta é simples: desenvolver um personagem, de forma que ele seja capaz de entregar uma boa trama ao leitor, e a partir dessa construção, o autor escrever uma história. O processo vem com o desafio de se aprofundar nesse personagem, conhecendo todos os aspectos da sua personalidade.
Quando comecei a dar aulas de criação literária, descobri como é interessante observar o personagem de outros escritores, quando eles ainda são apenas uma possibilidade, um rascunho de ideia. Também identifiquei algumas questões, como a dificuldade de alguns em desenvolver personagens que tragam características que se opõem à essência de quem são. Usar referências da própria realidade é um recurso valioso para a ficção, mas muitos são aqueles que, por exemplo, não constroem seus personagens com desvio de caráter por pensar “eu não sou assim”.
Você pode não ser assim, mas aí está a beleza da criação, porque o seu personagem pode ser quem e como ele quiser. Ao descobrir isso, o autor tem acesso a uma liberdade criativa ampla, mas que exige bom senso e qualidade da narrativa.
Liberte um personagem se tornou um mantra que passei a repetir durante as aulas para aqueles que sabiam que o carregavam por aí, sem ter ideia de como vesti-lo com uma história que o acomodasse em suas particularidades.
Acredite, acontece de os personagens precisarem de uma boa terapia, para então assumirem seu papel.
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